Hades, Fall Guys e muito mais. O ano de 2020 trouxe excelentes produções de alto orçamento, como The Last of Us 2 e Final Fantasy VII Remake...
Hades, Fall Guys e muito mais.
O ano de 2020 trouxe excelentes produções de alto orçamento, como The Last of Us 2 e Final Fantasy VII Remake, mas também serviu como palco para ótimos games indie. Inclusive, diversos títulos independentes foram destaque na premiação do The Game Awards deste ano.
Aqui, apresento os melhores jogos indie de 2020 para que você conheça ou relembre.
Hades
Hades é o grande suprassumo dos jogos indie em 2020 e apesar de explorar um gênero razoavelmente conhecido no mercado, os roguelikes, o título da Supergiant o faz de maneira genialmente intrínseca à própria narrativa.
O game oferece centenas de abordagens de combate e a repetição inevitável gerada pela morte não só é explicada, mas fortalece o protagonista Zagreus. Unindo a jogabilidade de qualidade à direção artística aplausível, atuações de personagens envolventes, diversas opções de acessibilidade e trilha sonora empolgante, Hades não é só um dos melhores indies, mas um dos melhores jogos lançados em 2020.
Fall Guys: Ultimate Knockdown
Em um ano abalado pela trágica pandemia de Covid-19 no mundo, Fall Guys veio para alegrar um pouco o coração dos jogadores. Este battle royale inusitado produzido pela Mediatonic e distribuído pela Devolver Digital coloca os jogadores no papel de "feijões ambulantes" gigantes que precisam passar por diversas provas de obstáculos.
Quem assistiu às Olimpíadas do Faustão vai entender melhor. É preciso desviar de objetos impossivelmente enormes, correr entre dezenas de concorrentes e mais para ser o grande vencedor da partida. Embora seja casual, Fall Guys gera uma competitividade divertida entre os participantes.
Spiritfarer
Além da diversão escapista proporcionada por jogos que geram apenas prazer, há também games que nos lembram da única certeza da vida: a morte. Diante de um ano desastroso com centenas de milhares de mortos devido à pandemia e má administração da saúde pública, Spiritfarer vem como um lembrete da dor de nos despedirmos de alguém querido. O título da Thunder Lotus, no entanto, também serve como um abraço, nos fazendo refletir que mesmo após a morte, o legado da pessoa continua vivo dentro de cada um que a conheceu.
Separe lencinhos para acompanhar a emocionante jornada de Stella, uma Spiritfarer que precisa realizar os últimos desejos de almas que ela conhece e, então, encaminhá-los para o além. O game desenhado à mão também vem embalado por uma trilha sonora que dita o rumo dos sentimentos e o tom narrativo deste sim de gerenciamento.
Ghostrunner
Um golpe, uma morte. Este é princípio básico de Ghostrunner, um dos títulos mais surpreendentes de 2020. O game co-desenvolvido pelos estúdios One More Level, 3D Realms e Slipgate Ironworks coloca o jogador no controle de um assassino altamente capacitado que precisa derrubar a líder de uma megacorporação.
Misturando elementos de plataforma com morte instantânea, este é um jogo extremamente desafiador, mas bastante recompensador. Conforme o jogador se acostuma com o padrão de ataques dos inimigos e habilidades do Ghostrunner, o título implementa novidades que mantém o desafio ativo. Para quem se decepcionou com Cyberpunk 2077, mas quer se manter imerso no gênero de distopia tecnológica com uma trilha sonora eletrizante produzida por Daniel Deluxe, esse game é uma excelente escolha.
The Signifier
The Signifier é uma viagem à análise da semiótica. Significado e significante. No game da Playmestudio e Raw Fury, você controla Federic Russell, um especialista em IA e psicologia que precisa desvendar uma misteriosa morte de Joana.
Para isso, ele usa uma máquina intitulada de Dreamwalker, que permite que ele explore reconstruções digitais das memórias da vítima. Aqui, Russell transita entre os planos de memórias objetivas e subjetivas de Joana, bem como a própria realidade. É encontrando evidências em cada um destes planos que ele conseguirá chegar à resposta. Embora não seja um jogo de terror, este é um thriller psicológico que vai colocar o jogador em situações tensas, que nunca ameaçam a vida do protagonista, mas podem gerar aquele mal estar tão buscado no horror subjetivo.
Pixel Ripped 1995
Jogo brasileiro de realidade virtual, Pixel Ripped 1995 é produzido pelo estúdio ARVORE e uma sequência do aclamado Pixel Ripped 1989.
O game leva os jogadores ao período de transição dos ambientes 2D da era 16 bits aos espaços 3D da era 32 bits e explora mini-games destes gêneros usando a tecnologia de VR -- com muitas referências a clássicos da época. De modo criativo, há uma mescla da "realidade" e do "virtual" da protagonista Dot, que precisa impedir o vilão Cyblin Lord de roubar a Pixel Stone.
Tell Me Why
Vencedor da categoria Games for Impact (jogos com impacto social) no TGA 2020, Tell Me Why é o mais recente título da Dontnod, criadora de Life is Strange. O game focado em narrativa conta a história de dois irmãos, que revistam a casa de infância e relembram o que viveram ali. No entanto, cada um traz uma perspectiva diferente para os acontecimentos passados.
Por ser um jogo movido à narrativa, evito mencionar os elementos da história para o maior envolvimento dos jogadores -- saiba que o título faz jus ao prêmio que ganhou. Em termos de gameplay, Tell Me Why tem foco em exploração em terceira pessoa e escolhas de diálogos, que podem resultar em diferentes finais, bem similar ao formato da franquia Life is Strange.
Ori and the Will of the Wisps
Mantendo o excelente padrão de qualidade metroidvania atingido pelo antecessor Blind Forest, Ori and the Will of the Wisps continua a história do simpático espírito da floresta que dá nome à franquia e eleva o patamar.
Com habilidades inéditas, visual melhorado e um novo mapa fascinante, Will of the Wisps é a evidente evolução da série, oferecendo gameplay ainda mais fluído e imersão mais profunda. Ouso dizer, ainda, que o título tem algumas das melhores sequências de fuga já feitas nos games.
Haven
Curiosamente, escrevi no final de 2019 que Haven era um dos indies que eu mais antecipava para 2020 e, quase um ano depois, a minha vontade se concretizou. O novo jogo da produtora The Game Bakers, criadores de Furi, acompanha a jornada de Yu e Kay.
O casal está isolado, vivendo escondido em um planeta remoto e o foco narrativo está na conexão de ambos, seja na rotina diária até os acontecimentos imprevisíveis, como problemas na nave que habitam. O jogo tem ênfase na exploração e no combate por turnos, fazendo uso criativo dos dois personagens simultaneamente. É possível controlar qualquer um dos personagens se estiver jogando sozinho, mas também é possível vivenciar o amor do casal junto ao seu amor, já que há jogabilidade coop.
Spelunky 2
Desenvolvido por Derek Yu, único integrante do estúdio Mossmouth, Spelunky 2 é um roguelike de plataforma punitivo e desafiador que acompanha a história de Ana Spelunky, filha de OG do primeiro jogo.
Comparado ao antecessor, o novo game não traz apenas melhorias visuais e técnicas, mas também implementa novas mecânicas de gameplay na exploração e combate. Em Spelunky 2, o mundo está ainda mais vivo, com mais possibilidades de reações adversas misturando destruição de cenário com a geologia local. Por exemplo, é possível criar cascatas d'água... Ou lava.
Mortal Shell
Soulslike bons não são exclusividade da FromSoftware e um dos jogos que veio para nos lembrar disso é Mortal Shell. O game de estreia do estúdio Cold Symmetry tem o mesmo tom e aspecto medieval de Dark Souls, mas traz algumas mudanças cruciais ao gameplay.
O jogador controla um corpo que pode habitar "shells", que são como armaduras que têm armas e habilidades específicas. Apesar da novidade, o combate estratégico e desafiador desse subgênero de RPGs de ação permanece intacto. Um passo em falso pode ser a sua ruína e um golpe colocado no momento correto pode significar o fim do seu pesadelo.