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Mulher-Maravilha brasileira estreia em HQ cheia de reverência ao folclore

Future State: Wonder Woman chegou às lojas norte-americanas nessa terça-feira (5). Um dos momentos de maior celebração em 2020 para os fãs b...

Future State: Wonder Woman chegou às lojas norte-americanas nessa terça-feira (5).

Um dos momentos de maior celebração em 2020 para os fãs brasileiros da DC Comics foi o anúncio de uma HQ protagonizada por uma Mulher-Maravilha brasileira. A empolgação começou cercada de mistério, já que pouco foi divulgado sobre Yara Flor, heroína criada pela quadrinista Joëlle Jones (Mulher-Gato). Porém, antes mesmo de estrear nos quadrinhos, foi anunciada também uma série de TV da personagem na CW, o que só aumentou a ansiedade dos leitores. A espera acabou nessa terça-feira (5) com o lançamento de Future State: Wonder Woman, revista que fez bonito ao apresentar a heroína em uma história cheia de reverência ao folclore nacional.

Antes de entrar na revista, é importante lembrar que Yara Flor é uma das personagens que estão estreando no DC Future State, linha editorial de quadrinhos ambientados no futuro, em uma linha do tempo vasta que vai de 2025 até o fim dos tempos. Ainda que a HQ solo caminhe de forma completamente independente, é válido citar o contexto, já que ela também vai dar as caras em outros títulos como Liga da Justiça Superman/Mulher-Maravilha. Dito isso, é impressionante como Joëlle Jones criou um ponto de partida empolgante para a heroína.

Sem tempo para sutilezas, a história começa no meio de um embate entre Yara Flor e uma hidra selvagem. Após belas páginas de uma porradaria mitológica - que envolvem ainda Jerry, o pégaso de estimação da amazona -, ela derrota o monstro até ser surpreendida pela Caipora. Guardiã das florestas, a entidade não deixa a jovem usar um chifre do animal abatido como moeda de troca no submundo e decide levá-la. Assim se inicia a jornada de Yara para recuperar uma irmã que está sob o controle de Hades.

Com uma premissa extremamente simples, o quadrinho encanta por ir direto ao ponto. Uma escolha natural, considerando que se trata de uma minissérie em duas partes, mas muito bem executada por Joëlle Jones. Responsável pelo roteiro e pela arte da HQ, a quadrinista estabelece com agilidade a personalidade irresponsável de Yara ao mesmo tempo em que cria todo um universo ao redor da personagem que - até o momento - em nada se aproxima de Themyscira.

Porém, a qualidade que certamente mais salta aos olhos dos fãs brasileiros é a atenção que a autora deu ao folclore brasileiro. Em entrevista ao Omelete ela já havia adiantado um “mergulho na mitologia brasileira”, e isso é palpável na primeira edição de Future State: Wonder Woman. Assim como a Mulher-Maravilha original, a proposta não é uma adaptação direta de outra cultura, mas sim uma versão ficcional que incorpora aspectos para a história que se passa no universo DC. O uso de cenários que evocam a fauna amazonense, citação de deuses indígenas e uma apresentação cuidadosa da Caipora - que nos detalhes cita características bem conhecidas das lendas - mostram uma grande preocupação em respeitar a cultura do Brasil.

Mais do que uma homenagem ao país, essa escolha serve para dar uma voz própria a Yara dentro do Universo DC. Ainda que haja uma sugestão de que sua dinâmica com deuses seja parecida com a de Diana e as divindades do Olimpo, no geral a heroína consegue se estabelecer de forma independente. Como fã, é normal torcer para que ela encontre a heroína de Themyscira em aventuras futuras, mas a heroína brasileira já está pronta para trilhar seu próprio caminho daqui em diante.

Com muita porradaria e respeito ao folclore, a primeira edição de Future State: Wonder Woman marca um início promissor para a Mulher-Maravilha brasileira. Mesmo que o título seja uma minissérie em duas edições, é seguro dizer que ela deve dar mais as caras nos próximos anos, já que a própria Joëlle Jones afirmou que não vai se separar de Yara Flor após a conclusão do Future State. Resta esperar que a nova representante do Brasil nos quadrinhos da DC também caia nas graças do público internacional e se una ao panteão de grandes heróis da casa.

Future State: Wonder Woman foi publicado pela DC Comics nessa terça-feira (5) e está disponível em inglês nas plataformas digitais. No Brasil a HQ será publicada pela Panini.

Fonte Omelete