Gerald Thomas estreia novo espetáculo G.A.L.A. no dia 22 de setembro, com transmissão pela web. Embalado por uma trilha sonora eclética o es...
Gerald Thomas estreia novo espetáculo G.A.L.A. no dia 22 de setembro, com transmissão pela web.
Embalado por uma trilha sonora eclética o espetáculo G.A.L.A., do autor e diretor Gerald Thomas e estrelado pela atriz Fabiana Gugli, nos coloca diante de um mundo totalmente surreal, tropicalista inventado, com o desabafo existencial da personagem que dá nome a peça. Uma mulher num barco à beira do naufrágio, sozinha como a população do mundo em tempo de pandemia, que briga com o autor-diretor dizendo que “Beckett não está mais lá” e que “chega de Beckett!”. Ela está em busca de uma saída viável e deve encontrá-la no final de peça. G.A.L.A. estreia nacionalmente na noite de 22 de setembro, quarta-feira, às 21h, com transmissão gratuita pelo canal do Sesc Avenida Paulista.
O nome G.A.L.A. faz referência a elegância da personagem em uma noite de gala, mas também é levemente inspirada numa musa, a Gala Dali, do Salvador Dali.
– Ao receber o texto dessa nova peça, não tinha ideia de como ele poderia ser dito ou como ele poderia ser montado. Isso é muito próprio da dramaturgia do Gerald, a palavra é só mais um elemento na cena. Só quando os ensaios começam, a encenação dá suporte à dramaturgia e os sentidos e significados começam a aparecer e ganhar conexões muito peculiares. Nessa peça especificamente muitas imagens habitam este lugar onírico: uma mulher à deriva, rompendo uma relação, o rompimento com Beckett e seu universo, uma inversão de papéis entre musa (GALA) e criador, delírio, sonho, referências ao surrealismo, uma busca de sentido e uma imensa solidão. Por enquanto, ainda me sinto como a mulher da peça, à deriva. Não devo estar muito longe e logo, logo, devo chegar em algum lugar –, comenta Fabiana Gugli.
Gerald Thomas provoca com sua dramaturgia cáustica em quem a experimenta, atores ou espectadores, impressões a partir das suas visões de mundo. Thomas diz que é preciso saborear a obra ao invés de querer ou tentar entendê-la.
– Quanto mais eu vivo mais eu percebo que ninguém sabe nada. Ninguém lembra de nada. E fica todo mundo arrotando verdades. E vai se criando um arquipélago de verdades: “isso tem que ser assim e isso tem que ser assim”. Uma espécie de ordem artificial que Deus não botou ali, mas a classe média botou ali. E quando surge uma pessoa que coloca isso em dúvida… “mas eu não entendo, o que é que quer dizer isso?”. E isso coloca o artista como aquele que faz entender, mas não faz, o artista confunde mais. Eu vejo qualquer peça como uma pessoa em uma esteira rolante de um aeroporto sendo bombardeada por uma série de anúncios aleatórios, sendo nutrida de muitas informações diferentes e reagindo pela sua empatia ou não a elas –, comenta Gerald Thomas.
“Eu sou um homem e essa foi uma viagem terrestre e extra-terrestre – visitamos as pirâmides e passamos na prova do existencialismo “crucial”, a prova da sexualidade, a prova da dignidade, a prova da humanidade e da sobrevivência sendo “o outro” e “a outra”, e tudo lá no nosso Olimpo, Sancho. E tudo isso enquanto tinhamos visões terríveis. Visões verdadeiras. Visões apocalípticas.” (trecho de G.A.L.A.)
FICHA TÉCNICA
SERVIÇO
Fonte Aqui Tem Diversão