O duo brasiliense Tartamudo apresenta o clipe “ Êxtase ” , versão para a música de Guilherme Arantes que está no primeiro álbum do gru...
O duo brasiliense Tartamudo apresenta o clipe “Êxtase”, versão para a música de Guilherme Arantes que está no primeiro álbum do grupo “A loop is a loop is a loop”, lançado este ano. Com clima dark e com jogos de luzes, o clipe traz uma linguagem direta e voltada para a letra da canção lançada em 1979 sobre o amor paternal.
“Antes de mais nada, é uma bela música com camadas de teclados e efeitos num trabalho realmente impecável de produção. Mas é, sobretudo, uma música que traz uma mensagem de revelação, da dimensão do amor – no caso, de um pai no nascimento do filho. Na verdade, é uma música que canta a vida e a magia de existir nesse planeta. E o nascimento de um filho traz essa urgência de maneira mais carnal: a vida exige cuidado, exige amor. O mundo exige amor e precisamos pensar sempre nisso”, conta Wilton Rossi (guitarras, teclados, loops, baixo) uma das metades do duo.
Na outra metade temos Zepedro Gollo (bateria eletrônica, loops, teclados) e também o responsável pelos clipes da banda, que foi o autor das trilhas sonoras de filmes como “Se Nada Mais Der Certo” (2008), de José Eduardo Belmonte e “O Último Cine Drive-in” (2014), de Iberê Carvalho, e que levou a Tartamudo até a trilha de “Alemão 2”. Trabalhando com muita luz, o clipe aposta na simplicidade.
“O clipe é bem simples, traz os músicos na penumbra, banhados por luzes coloridas. Isso casa com a nossa versão da música, que é muito voltada para a sonoridade ambient, com timbres mais espraiados e sutis. Queríamos o mínimo de elementos e o trabalho de luz trouxe esse movimento que segue em paralelo com as modulações dos arpejos e reverberações de delays. Os três foram filmados separadamente e unidos na edição em alguns momentos. Ficou assim: simples e bonito”, conta Zepedro Gollo.
A artista convidada para os vocais, foi a também brasiliense Mila Fá:
“A Mila Fá é uma amiga de longa data que já tinha cantado em uma banda de curta duração chamada Motorik, comigo na guitarra. Ela foi convidada por ter uma bela voz e uma formação musical acadêmica com um grande domínio vocal. E isso nos trouxe uma experiência nova bastante enriquecedora. Somos músicos autodidatas muito intuitivos e tivemos que nos ater ao registro dela, mudando o tom e ajustando a música para acomodar a contribuição da voz. E foi lindo ver o resultado”, comenta Wilton Rossi.
O álbum “Loop is a loop is a loop” é inspirado no verso do poema “Sacred Emily” da escritora e ativista estadunidense Gertrude Stein, que ajudou a revelar grandes nomes da arte moderna quando morava na França, desde Picasso a Matisse, passando por Hemingway e Scott Fitzgerald: “a rose is a rose is a rose”. A repetição está no nome do disco, no ponto central de como as músicas são criadas (loop) e também no nome da banda, pois “tartamudo” é um substantivo masculino para “gago”, a personificação da repetição.
Para quem gosta de clipe, o grupo lançou em agosto de 2021 a versão de “Countergambit” em que mostra as jogadas ipsis litteris da competição entre o computador Deep Blue e o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov. Com 8 faixas e com produção da própria banda, o disco tem a repetição como ponto central da estrutura musical, a partir da qual as músicas são criadas. O conceito também se reflete nas artes escolhidas pela banda para representar visualmente o som.
Além dos artistas citados, o álbum tem também participações especiais do brasiliense Kelton ao lado de Jair Marcos, guitarrista da cultuada banda paulista Fellini, em “Heist”; a versão de “Convite ao Prazer” da banda paulista Gang 90 e que tem Edgard Scandurra e da própria Taciana Barros e em “O Intruso” temos o bluesman Carlos Café.
Confira o disco “A loop is a loop is a loop” nas principais as plataformas digitais.
Mais sobre Tartamudo
Tartamudo é um duo de multi-instrumentistas com foco na criação de camadas musicais repetitivas, desenvolvendo sonoridades que variam de criações ruidosas e baseadas na distorção até melodias ambient sensoriais e imersivas.
As influências do duo vão da repetição do krautrock (Neu!, Kraftwerk, Can), à música minimal e aos tape loops da avant garde (Philip Glass, Steve Reich, Terry Riley), ao ruído da No Wave e do Velvet Underground, chegando até à linguagem visual do cinema experimental (Chris Marker, Kenneth Anger, Robert Frank).
Tartamudo é música na sua forma mais primitiva, algo que opera no seu corpo com base no volume e na repetição. É uma busca por algo mais elementar e primal. Provavelmente sua pulsação vai se acelerar e seu corpo vai se mover, quer você queira ou não. Tartamudo é aquela pessoa que tem dificuldade na fala e, portanto, gagueja. Ou seja, ela repete algumas palavras ou sílabas, enquanto a dupla brasilense repete os sons.
Tartamudo é Zepedro Gollo (bateria eletrônica, loops, teclados) e Wilton Rossi (guitarras, teclados, loops, baixo).
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Fonte Aqui Tem Diversão