Abril é um mês especial para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). Além de todas as comemorações pelo aniversário de Br...
Abril é um mês especial para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). Além de todas as comemorações pelo aniversário de Brasília (21), uma série de eventos vai celebrar o Dia dos Povos Indígenas (19), por meio do Abril Indígena no Memorial dos Povos Indígenas (MPI). A programação inclui oficinas, contação de histórias para crianças, bate-papos e feira de artesanato, reunindo a riqueza cultural de diversas das etnias espalhadas pelo Brasil.
“Trata-se de uma oportunidade que a Secec está tendo de valorizar as culturas dos povos originários não apenas em um dia do ano, mas em um mês inteiro dedicado a essa pujança cultural, a essa sabedoria ancestral e a essas manifestações culturais tão importantes para a formação do povo brasileiro”, destaca Felipe Ramón Rodriguez, subsecretário de Patrimônio Cultural substituto da Secec.
Ao todo, serão oito dias de atividades gratuitas, destinadas a um público diversificado e de todas as idades, reafirmando o MPI como um espaço onde os indígenas podem apresentar seu trabalho e sua cultura. Kessia Daline, por exemplo, vem narrar dois contos dos krahô. Raphael Weheria, karajá, traz um conto de seu povo e ainda participa de duas rodas de debate. Já o guarani Mirim Ju conduz os debates e também apresenta para as crianças alguns contos da sua etnia.
O evento conta com a participação do artista tlaxcalteca Javier Biophillick, do México, que está com exposição em cartaz no MPI até maio e realiza, durante o Abril Indígena, a cerimônia Roda Animal de Poder. Ocupando amplamente o espaço do Memorial, algumas das atividades serão realizadas na recém-inaugurada Sala do Saber Mário Juruna, como as oficinas de expressão indígena e de grafismos.
“Hoje, no Brasil, são 1.652.876 de indígenas, segundo o IBGE. Éramos 6 milhões. Cada um com uma forma de organização própria, de economia, sistemas de parentesco, religiões e mitologias diferentes, que fazem com que as diversas nações indígenas se diferenciem entre si. Quando os índios se mobilizam e se organizam, estão tentando ocupar o espaço que lhes foi negado durante séculos”, frisa o gerente do MPI, David Terena. “Os princípios fundamentais da pessoa humana foram violados, os direitos assegurados em lei não são respeitados. E quando se falava em índios sempre se tinha uma ideia abstrata, mas são pessoas importantes, cidadãos com direito de livre escolha, que têm o direito do pleno exercício civil e político – e que têm cultura!.”
Abril Indígena
A iniciativa do Abril Indígena vem sendo promovida por diferentes instituições pelo país, a fim de destacar os direitos dos povos originários e sua importância na formação da nossa sociedade. A data decorre do 19 de abril, celebrado em todo o continente desde o 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. No entanto, tradicionalmente conhecida como Dia do Índio, a data teve seu nome alterado na legislação no ano passado, passando a constar como Dia dos Povos Indígenas, em decisão que visa explicitar a diversidade das culturas desses povos.
Um dos convidados do evento no MPI é o guarani Mirim Ju. Para ele, o evento é uma oportunidade para que a sociedade volte os olhos para os povos indígenas. “Nós reconhecemos como de suma importância esse espaço cultural, esse território ancestral das culturas indígenas que é o MPI, para que a gente possa trazer toda nossa riqueza de diversidade, sabedoria, conhecimentos, histórias, cantos e danças, todas as nossas manifestações e simbologias para dialogar com a sociedade, para poder dialogar com o mundo”, explica.
“Ter essa atividade no Memorial é uma maneira de trazer um pouquinho disso e compartilhar com todo mundo que sente no seu coração que está na hora de a gente se unir e acabar com a discriminação e de aprender com o indígena quem são os povos indígenas”, destaca o guarani, que também é estudante de Geografia na Universidade de Brasília. “A gente agradece ao GDF, à Secec e aos trabalhadores do MPI pela abertura desse espaço, e convida toda a população do DF para estar conosco nesses dias de evento.”
Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa