Crédito: Renato Lino A banda brasiliense CadibódE se apresentará em 29 de Setembro no festival Porão do Rock, no Distrito Federal, abrindo...
Produzido pelo próprio grupo desde 2017, o compacto trará canções mais pesadas e forte mensagem política. O trabalho de estúdio também homenageia a mãe do guitarrista Pedro Cacaes, que faleceu de COVID, refletindo a insatisfação dos integrantes com o turbulento cenário político dos últimos anos.
Além de Pedro, a formação atual do CadibódE conta com Bruno “Bolhão” nos vocais, Pedro Ben nas guitarras, Yuri “Costela” na bateria e Guilherme “Bill” Costa no baixo.
As faixas que compõem o EP, aliás, são versões remixadas de singles lançados desde 2022, incluindo “Cheiracolagem”, “Minions”, “Mansão Dourada” e “Fela”, com participação especial da banda também de Brasília Imortal Joe, cujo clipe você pode conferir ao final da matéria.
CadibódE apresenta Valéria
Em turnê para divulgar as novas músicas, o CadibódE já passou por seis estados brasileiros e realizou, até agora, 18 shows. A turnê Valéria começou em Julho deste ano em Brasília e a banda planeja lançar mais de dez faixas como singles, além de montar dois documentários.
O primeiro terá como foco a turnê europeia e o segundo se dedicará à excursão nacional, que terminará oficialmente no festival Porão do Rock. Vale lembrar que o festival que acontecerá entre os dias 29 de Setembro e 1º de Outubro ainda receberá shows de Edu Falaschi, Crypta, Project46, Dead Fish, CPM 22, Torture Squad, Eskrota e muito mais.
Confira a seguir o papo que batemos com o CadibódE sobre a apresentação no evento e o EP Valéria!
TMDQA! Entrevista CadibódE
TMDQA!: Com o lançamento do EP, como a banda busca trazer isso no palco do Porão do Rock?
Pedro Cacaes: Por mais que estejamos lançando essas músicas agora, já tocamos elas há bastante tempo, então conseguimos amadurecê-las nos ensaios e nas apresentações ao vivo, antes de gravar e mostrar como ficaram no final. Apresentar elas no show do Porão é o encerramento perfeito desse ciclo de vida.
Mostrar a nova fase da banda num palco tão consagrado, em uma ocasião tão emotiva e com uma grande estrutura vai ser um momento importantíssimo e a melhor maneira de mostrar o novo trabalho para o público.
TMDQA!: Por ser final de uma turnê longa, quais são os preparativos futuros para a divulgação do EP?
Cacaes: Vamos pegar firme na divulgação e movimentar bastante as redes. Fizemos uma turnê na Europa ano passado e uma nacional este ano, então há muitos registros em foto e vídeo, do palco e do dia a dia, que chamam bastante atenção. Há material para alguns meses de trabalho e temos uma equipe trabalhando conosco na campanha de lançamento, inclusive para ajustar os caminhos e chegar melhor no público.
Há conversas rolando com grandes festivais e é bem provável que façamos outra turnê no começo do ano que vem, sem contar viagens pontuais para outros estados para tocar, o que ajuda muito a movimentar as coisas.
TMDQA!: A proposta do EP circunda homenagens e protesto, mas como buscaram isso no processo de produção? Já foi algo estratégico ou isso veio ao longo do processo criativo?
Cacaes: As músicas foram tomando cada vez mais um tom de protesto depois de vermos tudo que aconteceu na pandemia: a falta de respeito à vida humana, com “tiração” de onda e inflamação pra agradar base eleitoral. Minha mãe morreu de COVID, e ver o “presidente” imitar como ela estava no hospital, sem ar, foi a gota d’água.
As músicas surgiram naturalmente de nossas insatisfações, muitas vezes não tão demonstradas. Homenagear minha mãe com o nome do EP e da turnê foi o óbvio a se fazer, pois as músicas combinaram com toda essa homenagem e com esse momento.
TMDQA!: A banda vai ser a primeira atração do Palco Canisso, pessoa que foi fundamental para o que a banda é hoje. Podemos esperar algo no repertório que possa homenageá-lo também?
Cacaes: O Canisso nos ajudou desde o primeiro momento. Ele gostava bastante da banda, e era um cara muito querido. O Bolhão, nosso vocalista, tocou com os Raimundos em São Paulo, o Marquim gravou o solo de “Vida Lascada” e o Fred já tocou com a gente também. Só não concordamos com o que o Digão fala, pensa e defende.
Sempre tivemos uma aproximação maior com o Canisso e inaugurar esse palco vai ser do caralho, é emocionante demais pra gente porque ele realmente era o que todo mundo fala: “o cara mais massa e gente boa de todos”. Nossa homenagem vai ser uma surpresa, bem bonita, vale a pena o público colar pra conferir. Viva Canisso, Viva Valéria!