Arte: Agência Brasília “Toda semana a gente se reúne para ver o que foi feito e criar o cronograma da semana seguinte. Eu não tenho dúvidas ...
“Toda semana a gente se reúne para ver o que foi feito e criar o cronograma da semana seguinte. Eu não tenho dúvidas de que esse trabalho coordenado tem trazido enormes resultados à população rural do DF. A nossa dinâmica de atuação mudou para melhor”Pedro Paulo Barbosa Gama, subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Seagri-DF
Em cinco anos – de 2019 a 2023 – pelo menos 110 quilômetros de estradas que eram de terra em 16 cidades receberam serviços de drenagem de águas pluviais e foram pavimentados com massa asfáltica. Um investimento de R$ 218,4 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF).
Paranoá é uma das cidades (ver mapa) contempladas no planejamento de vias rurais, revisto semanalmente pelas equipes da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) e do programa GDF Presente, oportunidade em que é feita uma avaliação dos resultados e das ações futuras.
“Toda semana a gente se reúne para ver o que foi feito e criar o cronograma da semana seguinte. Eu não tenho dúvidas de que esse trabalho coordenado tem trazido enormes resultados à população rural do DF. A nossa dinâmica de atuação mudou para melhor”, avalia o subsecretário de Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Seagri, Pedro Paulo Barbosa Gama.
Pedro Paulo informa que o trabalho continua a ser feito de forma colaborativa com os órgãos do GDF. “Estamos nos incorporando às ações do GDF Presente. Agora, nossa atuação é de forma conjunta e coordenada. A gente segue o calendário de ação do GDF Presente e realiza o trabalho em conjunto com eles”, explica o subsecretário.
O produtor agrícola do Núcleo Rural Jardim II (no Paranoá) Ronaldo Vieira dos Santos, 41 anos, já passou por momentos difíceis para levar os seus artigos ao consumidor final por meio da DF-285. Essa realidade mudou depois de o GDF investir R$ 20,6 milhões na pavimentação de 13,5 quilômetros da rodovia.
“Com o asfalto, a mercadoria chega limpa ao cliente. Antes de o pavimento chegar aqui, o caminhão quebrava todos os dias, o consumo de combustível era maior e a mercadoria ainda chegava toda suja por conta da poeira. Hoje, a gente colhe, coloca no caminhão e não precisa nem de lona, porque chega tudo limpo”, relata o agricultor, que produz em média 20 mil caixas de hortaliças por ano, vendidas na Ceasa-DF para garantir o sustento de sua família.
Caminho das Escolas
O Caminho das Escolas funciona desde 2019 no Distrito Federal e faz parte das ações desempenhadas pelas equipes do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF). O objetivo é investir na pavimentação de vias próximas às escolas e garantir o acesso diário e a permanência dos estudantes que moram em áreas rurais nas escolas públicas de educação básica.
Desde que foi criado, o programa asfaltou vias de acesso de mais de 11 escolas públicas em zonas rurais do DF, como Paranoá, Sobradinho, Planaltina, Riacho Fundo II, Recanto das Emas, Taquari e Jardim Botânico. São quase 30 quilômetros de acessos pavimentados que demandaram investimento da ordem de R$ 26 milhões e mudaram as perspectivas de quem precisa de uma condução para chegar à escola.
“Estou aqui há 26 anos e posso dizer que a realidade anterior ao asfalto era bastante precária”, garante Fernanda de Paiva, uma das professoras da Escola Classe Estância Pipiripau, em Planaltina. “No período de chuva, a pista virava um atoleiro. Muitos professores precisavam deixar o carro no Acampamento 8 de Março e seguir para cá nos ônibus escolares, porque carro pequeno não conseguia passar. Às vezes, até o ônibus atolava. Agora, os alunos chegam à escola com mais disponibilidade para aprender. E nós, com mais vontade de ensinar”, ressalta.
Sair de casa para estudar também não era uma tarefa fácil para a pequena Sophia Marcelino, que é aluna da mesma escola. Juntamente com seus colegas, a menina de 10 anos enfrentava uma verdadeira corrida de obstáculos, com chuva, sol, poeira, lama e longas distâncias. “Agora, dá para dormir no ônibus e até para estudar, é muito tranquilo”, comemora. “Fora que a ida até minha casa, no Arapoanga, ficou mais rápida. Antes, eu demorava uns 50 minutos. Hoje, é só meia hora.”
A estudante Yasmin Gomes, 9 anos, não gosta nem de lembrar da estrada de terra que enfrentava para chegar à escola do Pipiripau. “O caminho era bem difícil. Quando o ônibus passava levantando terra, não tinha jeito… Ficava tudo sujo. A gente precisava sentar no banco todo empoeirado”, conta. “Agora está maravilhoso. A gente chega até mais rápido à escola”.
“Nós temos cerca de 800 km de vias não pavimentadas de jurisdição do DER. Nessas rodovias, fazemos a conservação rotineiramente, por meio de patrolamento e revestimento primário”Cristiano Cavalcante, superintendente de Obras do DER-DF
No cronograma do DER-DF, existe a previsão de mais unidades escolares a serem contempladas pelo projeto: três em Ceilândia (Córrego das Corujas, Laje da Jiboia e Incra 9) e outras três em Brazlândia (Escola Classe Bucanhão, São José e Incra 7).
Nos locais onde não é possível receber o pavimento asfáltico, as equipes atuam da mesma forma, com a conservação de estradas rurais para garantir o acesso seguro da comunidade escolar até a unidade educacional. “Nós temos cerca de 800 quilômetros de vias não pavimentadas de jurisdição do DER. Nessas rodovias, nós fazemos a conservação rotineiramente, por meio de patrolamento e revestimento primário”, pontua o superintendente de Obras do órgão, Cristiano Cavalcante.
“As escolas que ficam às margens dessas vias são beneficiadas, porque melhoramos o acesso dos alunos e professores. A atuação do departamento é rotineira. Os nossos cinco distritos fazem vistorias constantes e monitoram de onde devemos deslocar equipamento e mão de obra para conservar as vias não pavimentadas”, destaca Cavalcante.
Ainda segundo ele, a pavimentação de estradas rurais é feita de maneira gradativa e exige um planejamento operacional específico. “A gente quer que todas essas vias tenham asfalto. Mas há inúmeros fatores com que precisamos lidar. Nós não podemos fazer tudo de uma vez, para não prejudicar o usuário. Tem a questão técnica e operacional. Então, nós traçamos as regiões prioritárias para receber o pavimento, e as outras vão recebendo nossos cuidados até que sejam contempladas com o asfalto”, detalha o superintendente.