Esculturas em papel machê, colares e brincos feitos com sementes nativas do Cerrado, canecas, tapetes, bolsas, agendas, presépios, imãs de g...
Esculturas em papel machê, colares e brincos feitos com sementes nativas do Cerrado, canecas, tapetes, bolsas, agendas, presépios, imãs de geladeira, cadeiras, mesas de centro, fronhas e lençóis, cestas, porta-chaves… Ufa! Mais de 700 itens estão disponíveis em cada uma das duas lojas Artesanato de Brasília, mantidas pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF) no Pátio Brasil Shopping, no Plano Piloto, e no Alameda Shopping, em Taguatinga. Diversificada, a lista oferece presentes de Natal para todos os gostos.
As lojas expõem as peças de 30 artesãos, cada uma, selecionados por chamamento público. Os artigos custam a partir de R$ 15 e permitem ao consumidor levar um pedaço de Brasília para casa. “Cada artesão tem a identidade cultural própria e os produtos são maravilhosos. Inclusive, costumo dizer que ninguém sai de casa hoje com o intuito de comprar artesanato. Você passa na frente da loja e se encanta com o que vê”, comenta o coordenador de Artesanato da Setur-DF, Klever Antunes.
Entre as peças expostas na unidade do Pátio Brasil, estão as esculturas em papel machê da artesã Edinar Gomes, 56 anos. “Meu carro chefe são as esculturas de São Francisco, tanto que já vendi todas que trouxe para esta edição. Também tem as peças africanas, que são voltadas para a ancestralidade do meu povo, e são muito bem recebidas pelo público”, conta ela, que soma mais de três décadas de experiência e, neste ano, garantiu o primeiro lugar no Prêmio Brasília de Artesanato, realizado pelo Sebrae-DF, com a escultura Mulher Pequi.
Esta é a segunda vez que ela participa da iniciativa. “Para nós, artesãos, estar em um espaço deste, um shopping, é maravilhoso, nos dá uma visibilidade enorme. Temos um leque de clientes e estamos alcançando gente Brasil afora”, celebra. “Essa porta que o GDF abriu para a gente não tem preço, não temos como mensurar o valor que tem o nosso artesanato ser reconhecido”, completa Edinar.
Quem também está presente nas prateleiras da unidade do Pátio Brasil é a artesã Eliane Fernandes, 50. Ela produz colares e brincos, entre outros ornamentos, com sementes nativas do Cerrado, como, por exemplo, as sementes do baru. “São as biojoias. Assim, o cliente leva um pedacinho de Brasília, da nossa região”, pontua. “Agora, a novidade são os colares decorativos, que são aqueles para parede, mesa, aparadores, sempre feitos de sementes”.
Eliane acredita que a exposição em pontos comerciais movimentados como o de shoppings permite que os consumidores possam sair do convencional ao presentear. Por isso, convida a todos a conhecerem o estabelecimento: “Estamos aqui, todos os dias, aguardando vocês que desejam levar uma lembrança original, criativa e única para seus parentes, amigos e para si próprio”, ressalta ela, que coleciona cinco participações na iniciativa.
O empresário Leonardo Abras, 22 anos, veio à capital para solicitar uma documentação e não perdeu a oportunidade de adquirir um souvenir. O morador de Belo Horizonte (MG) levou para casa dois imãs de geladeira. “Acho que ter um espaço para os artesãos divulgarem seus trabalhos é de suma importância, porque é através dessa arte que tiram a renda do dia e é assim que novas pessoas, como eu, os conhecem”, conta. “Vou indicar para todo mundo que vier para cá porque é um lugar muito legal”.
Criada em 2019, a unidade do Pátio Brasil Shopping tem área de 220 metros quadrados e, assim como a unidade do Alameda Shopping, atende cerca de 100 artesãos anualmente. O faturamento deste ano chegou a aproximadamente R$ 500 mil. O funcionamento da loja segue o do centro comercial – de segunda a sexta das 10h às 22h e, aos domingos, de 12h às 20h.
Incentivo
A Setur-DF também mantém espaços de exposição na Torre de TV, na Casa do Turista, em Brazlândia, e no Espaço Cultural do Turismo e Artesanato, na 507 Sul. Conforme a pasta, Brasília reúne cerca de 13 mil artesãos, cinco mil manualistas e 29 mestres, que são aqueles que têm mais de 10 anos de experiência comprovada.
O coordenador de Artesanato da Setur-DF afirma que os pontos comerciais servem para projetar o artesanato como produto turístico da capital federal. Segundo ele, a resposta dos expositores é sempre positiva e há relatos de crescimento exponencial nas vendas. Klever Antunes destaca, ainda, que o governo está atento à demanda do setor: “O GDF tem incentivado esse tipo de trabalho através das lojas e das feiras. Fizemos cerca de 90 feiras esse ano por meio de termos de fomento e em eventos particulares”, conta.
Para expor artigos nas lojas da Setur, o interessado deve concorrer ao edital de chamamento público e ter a Carteira Nacional do Artesão. O documento é emitido pela Setur-DF e permite a participação do profissional em feiras das quais a instituição faz parte, no Distrito Federal ou em outras cidades. Cada grupo formado por 30 artesãos pode utilizar os espaços por três meses. O último grupo deste ano começou a expor em novembro e segue até fevereiro do próximo ano.